Jejum: qual o conceito por trás dessa dieta?

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Jejum: qual o conceito por trás dessa dieta que está tão em alta?

Na nutrição, se teve um assunto que não saiu da boca das pessoas nos últimos anos com certeza esse foi o jejum intermitente. Pela ascensão que esse tema teve de uns tempos para cá até parece que se trata de uma prática nova. Muito pelo contrário, já é uma prática aderida a muitos anos pelos povos antigos mesmo que não tivesse esse contexto de emagrecimento tão atual nos dias de hoje. A ingestão alimentar de forma intermitente faz parte da evolução humana. Do ponto de vista evolutivo a capacidade de resistir a períodos de escassez de alimento e ao jejum prolongado foi determinante para a sobrevivência da nossa espécie.

Qual o conceito por trás dessa dieta que está tão em alta? Seria uma estratégia alimentar que defende períodos de alimentação regular, e como o próprio nome diz, períodos de jejum. Algumas pessoas ficam de 12 até 20 horas sem se alimentar com a promessa da melhora da resistência a insulina, maior liberação de hormônios lipolíticos e consequentemente uma maior quebra e oxidação de gorduras pelo fato do corpo ter que utilizar seu estoque para obtenção de energia já que a oferta de alimentos está baixa e restrita.

Antigamente se defendia a idéia de que teríamos que ter uma alimentação mais fragmentada e com maiores quantidades de refeições caso quiséssemos ter melhores resultados, quem nunca leu que comer de 3 em 3 horas acelerava o metabolismo?  Porém hoje em dia já sabemos que esse conceito caiu por terra e não funciona dessa maneira.

Hoje a ciência já mostra que o que importa seja no jejum ou no modelo tradicional de dieta com maior número de refeições é a ingestão calórica total que a pessoa terá no dia independente se essa for dividida em 6 ou em 3 refeições.

Por exemplo, cada pessoa possui uma necessidade energética de consumo (uma quantidade de calorias a ser ingerida para determinado objetivo seja manutenção, perca ou ganho de peso) e essa adequação junto da organização do plano alimentar cabe ao profissional de nutrição ter conhecimento e feeling para assim junto do paciente avaliar e decidir se deixará mais ou menos refeições ao longo do dia. Não há certo ou errado, temos que analisar o contexto e nunca fatos de forma isolada.

O Jejum intermitente é sim uma ótima estratégia, uma possibilidade que pode ser aplicada a depender muito do contexto social, preferências e rotina de cada pessoa. No consultório recebo diariamente pacientes que se dão muito bem com ele justamente pelo fato de preferir se alimentar menos vezes ao dia, muita das vezes influenciadas pela rotina pesada de trabalho e pela falta de tempo. Esses pacientes se beneficiam muito com uma quantidade menor de refeições mesmo que tenhamos que concentrar um volume maior de comida na hora de comer.

Outras pessoas já preferem comer mais vezes ao dia, com uma quantidade menor de alimentos nessas refeições pois não se sentem bem espaçando essas refeições em horários muito distantes. Por isso cada caso é um caso, nutrição sempre deve ser individualizada e o que pode dar certo para você nem sempre dará certo para outra pessoa. Somos seres diferentes, com rotinas e necessidades diferentes. O Jejum para muitas pessoas funciona muito bem, porém para outras nem tanto. No fim das contas, o mais importante para obtenção dos resultados é a adesão do paciente, por isso sua preferência sempre deve ser respeitada. O jejum tem sim seus benefícios, mas não é superior a uma dieta de 3 em 3 horas por exemplo, se ambas estiverem equalizadas no número de calorias. Para emagrecimento, o que irá importar no fim das contas será o famoso déficit calórico (você consumir menos calorias do que seu corpo gasta ao longo do dia).